Criação de Lagoas e Swales: Como Melhorar a Retenção de Água na Paisagem

A água é um dos recursos mais valiosos para a vida e a sustentabilidade dos ecossistemas. No entanto, a má gestão hídrica tem levado à erosão do solo, ao esgotamento dos lençóis freáticos e à desertificação de diversas regiões. A retenção de água na paisagem é uma estratégia essencial para restaurar a fertilidade do solo, aumentar a resiliência climática e garantir a disponibilidade hídrica ao longo do tempo.

A permacultura e o design regenerativo oferecem soluções eficazes para a gestão da água, baseadas na observação da natureza e na implementação de sistemas que favorecem a infiltração, a captação e o armazenamento da água no solo. Em vez de permitir que a água das chuvas escoe rapidamente, levando nutrientes preciosos consigo, essas abordagens propõem maneiras de reter e redirecionar a água para beneficiar tanto a vegetação quanto os ciclos naturais.

Dentre as estratégias mais eficientes para a retenção hídrica na paisagem, destacam-se as lagoas e os swales. As lagoas, além de armazenarem água para múltiplos usos, criam microclimas favoráveis ao ecossistema local. Já os swales, canais construídos em nível ao longo do terreno, permitem a infiltração gradual da água, recarregando aquíferos e prevenindo a erosão. Juntas, essas técnicas possibilitam um manejo mais equilibrado e regenerativo da água, garantindo um ambiente mais produtivo e sustentável.

Nos próximos tópicos, exploraremos como essas soluções podem ser implementadas, seus benefícios e as melhores práticas para otimizar a retenção de água na paisagem.

O que são Lagoas e Swales?

A retenção de água na paisagem é uma estratégia essencial para restaurar ecossistemas, aumentar a resiliência hídrica e melhorar a fertilidade do solo. Duas das técnicas mais eficazes para esse fim são as lagoas e os swales. Ambas desempenham papéis fundamentais na captação, armazenamento e distribuição da água, promovendo um ambiente mais equilibrado e sustentável.

Lagoas: Definição, Tipos e Biodiversidade Associada

As lagoas são corpos d’água que podem ser naturais ou artificiais, desempenhando um papel fundamental na regulação hídrica de uma paisagem. Elas servem como reservatórios para armazenamento de água da chuva, ajudam a criar microclimas favoráveis e promovem a biodiversidade.

Lagoas naturais: São formadas por processos geológicos e hidrológicos ao longo do tempo, acumulando água de forma espontânea. Podem surgir em depressões do terreno ou em áreas de lençóis freáticos aflorantes.

Lagoas artificiais: Construídas pelo ser humano para fins diversos, como irrigação, abastecimento de água, criação de peixes e restauração ambiental. Quando bem planejadas, imitam sistemas naturais e integram-se ao ecossistema.

Além de armazenarem água, as lagoas contribuem significativamente para a biodiversidade, atraindo e sustentando uma ampla variedade de seres vivos, como anfíbios, aves, insetos polinizadores e plantas aquáticas. Essa diversidade fortalece o ecossistema e melhora a qualidade da água por meio da filtragem natural realizada por plantas e microrganismos.

Swales: Conceito, Função e Benefícios na Infiltração e Distribuição da Água

Os swales são canais rasos escavados no solo, construídos em nível (perpendiculares à inclinação do terreno), projetados para capturar e infiltrar a água da chuva. Eles não têm a função de drenar a água rapidamente, mas sim de retê-la e distribuí-la de maneira eficiente ao longo do solo.

Função principal: Reduzir a erosão, aumentar a infiltração da água no solo e recarregar os lençóis freáticos.

Benefícios:

Diminui o escoamento superficial, prevenindo a perda de solo e nutrientes.

Reidrata o solo ao longo do tempo, beneficiando as plantas cultivadas nas proximidades.

Favorece a revegetação natural e melhora a resiliência da paisagem frente a secas prolongadas.

Ao integrar lagoas e swales em um design de permacultura, é possível criar sistemas de retenção hídrica altamente eficientes, reduzindo a dependência de irrigação artificial e promovendo paisagens regenerativas.

Nos próximos tópicos, abordaremos como implementar essas técnicas de forma prática e quais são as melhores estratégias para potencializar seus benefícios.

Benefícios da Implementação

A adoção de estratégias como lagoas e swales na retenção de água na paisagem traz inúmeros benefícios ecológicos e produtivos. Além de melhorar a disponibilidade hídrica, essas técnicas regenerativas contribuem para a recuperação do solo, a redução da erosão e o fortalecimento da biodiversidade. A seguir, exploramos os principais impactos positivos dessa abordagem.

Aumento da Disponibilidade de Água no Solo

A infiltração eficiente da água no solo é um dos principais benefícios da implementação de lagoas e swales. Esses sistemas permitem que a água da chuva seja absorvida lentamente, reabastecendo os lençóis freáticos e mantendo a umidade do solo por períodos mais longos. Como resultado:

As plantas cultivadas e a vegetação nativa encontram melhores condições para crescer e se desenvolver.

A dependência de irrigação artificial é reduzida, tornando a produção agrícola mais sustentável.

O armazenamento de água em lagoas pode ser utilizado para múltiplos fins, como irrigação, abastecimento de animais e recarga de nascentes.

Redução da Erosão e do Escoamento Superficial

Quando a água da chuva escorre rapidamente pela superfície do solo, ela carrega consigo sedimentos e nutrientes essenciais para o crescimento das plantas, além de causar erosão. Swales e lagoas ajudam a mitigar esse problema ao:

Diminuírem a velocidade do fluxo da água, permitindo que ela se infiltre no solo.

Reduzirem a perda de solo fértil e evitarem o assoreamento de rios e lagos.

Auxiliarem na regeneração de áreas degradadas ao reterem sedimentos e matéria orgânica.

Com isso, a qualidade da água nos ecossistemas vizinhos melhora, beneficiando não apenas a paisagem local, mas também cursos d’água a jusante.

Regeneração do Solo e Aumento da Biodiversidade

A retenção eficiente da água favorece o desenvolvimento da vida no solo, criando um ambiente mais fértil e produtivo. Com a umidade disponível por mais tempo, ocorre:

Recuperação da estrutura do solo: O aumento da infiltração estimula a atividade biológica, promovendo a presença de microrganismos benéficos e aumentando a capacidade do solo de armazenar água e nutrientes.

Expansão da biodiversidade: Com a melhoria das condições ambientais, a fauna e a flora locais encontram um habitat mais propício para se estabelecer e prosperar. Insetos polinizadores, aves e pequenos animais são atraídos para essas áreas, contribuindo para o equilíbrio ecológico.

Criação de Microclimas e Melhoria da Resiliência da Paisagem

A presença de corpos d’água e solos mais úmidos impacta diretamente o microclima da região, tornando o ambiente mais fresco e úmido, especialmente em períodos de seca. Essa característica é fundamental para aumentar a resiliência da paisagem, pois:

Regula a temperatura local, reduzindo extremos climáticos.

Cria condições mais favoráveis para o crescimento de árvores e vegetação perene.

Mantém a umidade do ar, prevenindo a desertificação e tornando o ambiente mais habitável para humanos, plantas e animais.

Ao integrar lagoas e swales ao planejamento da paisagem, conseguimos estabelecer um sistema sustentável e regenerativo, que favorece tanto a produção agrícola quanto a restauração ecológica.

Nos próximos tópicos, exploraremos como implementar essas soluções na prática e quais são os melhores métodos para maximizar seus benefícios.

Como Planejar e Construir uma Lagoa

A construção de uma lagoa é uma estratégia eficaz para a retenção de água na paisagem, beneficiando tanto a produtividade agrícola quanto a restauração ecológica. No entanto, para garantir sua eficiência e sustentabilidade, é essencial um planejamento cuidadoso. A seguir, detalhamos as etapas fundamentais para a escolha do local, a construção e a estabilização ecológica da lagoa.

Escolha do Local Adequado

O primeiro passo na criação de uma lagoa é selecionar um local que maximize a captação e a retenção da água. Para isso, é importante considerar os seguintes fatores:

Topografia: Áreas de depressão natural ou locais onde a água já se acumula facilitam a construção e minimizam a necessidade de movimentação de terra. A posição da lagoa na paisagem deve permitir o abastecimento por gravidade sempre que possível.

Tipo de solo: Solos argilosos são ideais para a retenção de água, pois minimizam infiltrações excessivas. Já solos arenosos demandam revestimentos adicionais para evitar perdas de água.

Fonte de abastecimento: A lagoa pode ser alimentada por água da chuva, nascentes, lençóis freáticos ou canais de captação. O ideal é que haja um suprimento contínuo ou sazonal suficiente para manter o volume de água estável ao longo do ano.

Dimensionamento e Escavação

O tamanho da lagoa deve ser adequado ao objetivo de uso (irrigação, criação de peixes, biodiversidade, lazer, entre outros) e à disponibilidade hídrica da região. Algumas diretrizes para o dimensionamento incluem:

Área e profundidade: Lagoas menores podem ter profundidade entre 1,5 e 2 metros, enquanto lagoas maiores podem atingir 3 metros ou mais para evitar a evaporação excessiva.

Bordas suaves e taludes inclinados: As margens devem ter uma inclinação suave (entre 3:1 e 5:1) para evitar erosão e permitir o acesso seguro de animais e plantas.

Canais de entrada e saída: Para evitar transbordamentos e erosão, recomenda-se a construção de um sistema de drenagem de excesso, como um extravasor ou um vertedouro natural.

A escavação pode ser feita manualmente em pequenos projetos ou com auxílio de retroescavadeiras em lagoas maiores. O material removido pode ser reaproveitado para criar barragens ou corrigir áreas degradadas.

Revestimentos Naturais ou Artificiais

Dependendo do tipo de solo e da finalidade da lagoa, pode ser necessário o uso de revestimentos para evitar infiltrações excessivas. As opções incluem:

Argila compactada: Método natural e sustentável, utilizado quando há disponibilidade de solo argiloso no local. A compactação deve ser feita em camadas para garantir impermeabilidade.

Geomembranas (lonas de PEBD ou PVC): São materiais sintéticos altamente impermeáveis, indicados para solos arenosos ou lagoas destinadas a usos específicos, como piscicultura.

Camadas de matéria orgânica e pedras: A aplicação de materiais naturais, como camadas de cascalho e matéria orgânica, ajuda a estabilizar o fundo e promover a filtragem natural da água.

Introdução de Vegetação Aquática e Fauna para Equilíbrio Ecológico

Uma lagoa bem planejada não apenas armazena água, mas também se torna um ecossistema vivo e equilibrado. Para isso, é fundamental introduzir vegetação aquática e permitir que a fauna local se estabeleça naturalmente.

Plantas aquáticas: Espécies como taboas, juncos e alfaces-d’água ajudam a filtrar impurezas, oxigenar a água e fornecer abrigo para animais aquáticos.

Peixes e anfíbios: A introdução de peixes como tilápias e lambaris pode auxiliar no controle de algas e insetos, enquanto anfíbios, como rãs e sapos, contribuem para o equilíbrio ecológico.

Microorganismos benéficos: A presença de bactérias e fungos naturais ajuda a decompor matéria orgânica, evitando o acúmulo de sedimentos e mantendo a qualidade da água.

Com um planejamento adequado e técnicas regenerativas, a lagoa se torna um recurso valioso para a paisagem, promovendo a retenção de água, o aumento da biodiversidade e a resiliência ambiental.

Nos próximos tópicos, discutiremos como integrar a lagoa a um sistema de captação e distribuição de água eficiente, potencializando seus benefícios.

Como Projetar e Implementar Swales

Os swales são canais construídos em nível ao longo da paisagem para capturar, infiltrar e distribuir a água da chuva de forma eficiente. Eles ajudam a reabastecer lençóis freáticos, reduzir a erosão e melhorar a fertilidade do solo. No entanto, para que sejam eficazes, precisam ser corretamente planejados e implementados. A seguir, detalhamos cada etapa do processo.

Identificação do Contorno do Terreno

Para que um swale funcione corretamente, ele deve ser construído seguindo as curvas de nível do terreno, o que garante que a água fique retida e se infiltre gradualmente. Algumas ferramentas podem ser utilizadas para identificar essas linhas de contorno:

Nível A: Um método simples e acessível que utiliza uma estrutura em formato de “A” com um fio de prumo para encontrar pontos de mesmo nível.

Mangueira de nível: Usa um tubo transparente com água para determinar alturas iguais em diferentes pontos.

GPS ou aplicativos de topografia: Tecnologias mais avançadas, como aplicativos de geolocalização e drones, permitem mapear a topografia com precisão e planejar swales em larga escala.

O objetivo dessa etapa é traçar linhas em nível que servirão de guia para a escavação dos swales.

Dimensionamento Adequado

O tamanho e espaçamento dos swales variam de acordo com a inclinação do terreno, o volume de água esperado e o tipo de solo. Algumas diretrizes gerais incluem:

Largura: Pode variar entre 50 cm e 2 metros, dependendo do volume de água a ser captado.

Profundidade: Geralmente entre 30 cm e 60 cm, garantindo que a água tenha tempo suficiente para infiltrar sem causar erosão.

Espaçamento: Em terrenos mais inclinados, os swales devem ser mais próximos uns dos outros, enquanto em áreas planas podem ser mais espaçados. Em média, recomenda-se um intervalo entre 5 e 20 metros.

O dimensionamento correto evita que a água se acumule em excesso ou que os swales transbordem, garantindo um funcionamento eficiente ao longo do tempo.

Técnicas de Escavação e Inclinação

A escavação pode ser feita manualmente, com enxadas e pás, ou com o uso de máquinas, como retroescavadeiras, em projetos maiores. Durante a escavação, é importante considerar:

Canais sempre em nível: A base do swale deve ser o mais nivelada possível para garantir que a água se distribua uniformemente.

Leve inclinação para saída de excesso: Em alguns casos, pode-se criar um pequeno extravasor lateral para direcionar a água para outro swale ou lagoa, evitando erosão.

Acúmulo de terra na borda inferior: O solo retirado durante a escavação deve ser colocado na parte inferior do swale, formando uma leira ou berma. Essa estrutura ajuda a conter a água e serve como área de plantio.

Plantio de Espécies Perenes e Cobertura Vegetal para Fixação do Solo

Após a escavação, é fundamental estabilizar o solo com vegetação para evitar erosão e maximizar os benefícios do swale. O plantio pode ser feito de duas maneiras:

Cobertura vegetal rápida: O uso de capins, leguminosas rasteiras e palhada ajuda a cobrir o solo rapidamente e evitar erosão causada pela chuva.

Espécies perenes na borda da leira: Árvores frutíferas, arbustos e outras plantas perenes podem ser cultivadas ao longo do swale, aproveitando a umidade do solo para crescer sem irrigação constante. Algumas opções incluem:

Frutíferas: Manga, banana, abacate, cítricos, entre outras.

Fixadoras de nitrogênio: Feijão-guandu, leucena, gliricídia, que melhoram a fertilidade do solo.

Plantas medicinais e aromáticas: Alecrim, lavanda e citronela, que ajudam no controle de pragas e melhoram a biodiversidade.

Com a vegetação bem estabelecida, o swale se torna um ecossistema produtivo e resiliente, captando água e nutrindo o solo de maneira contínua.

Dicas para Manutenção e Sustentabilidade

A implementação de lagoas e swales na paisagem é uma estratégia eficiente para a retenção de água e a regeneração ambiental. No entanto, para que esses sistemas continuem funcionando de forma eficaz ao longo dos anos, é essencial adotar práticas de manutenção e adaptação sustentável. Nesta seção, apresentamos algumas diretrizes importantes para garantir a longevidade e a eficiência dessas estruturas.

Monitoramento da Qualidade da Água e Controle de Algas

A qualidade da água nas lagoas deve ser monitorada regularmente para evitar problemas como excesso de algas, contaminação ou desequilíbrio ecológico. Algumas práticas recomendadas incluem:

Observação da transparência da água: Água turva pode indicar excesso de sedimentos ou crescimento excessivo de algas.

Controle natural de algas: Plantas aquáticas, como taboas e aguapés, ajudam a filtrar nutrientes e reduzir o crescimento de algas. Além disso, peixes como a tilápia podem auxiliar no equilíbrio do ecossistema.

Evitar acúmulo excessivo de matéria orgânica: Folhas, galhos e outros detritos podem se decompor na água e contribuir para o desenvolvimento de algas e maus odores. A remoção periódica desses materiais ajuda a manter a qualidade da água.

Aeração da água: Em lagoas maiores, a instalação de aeradores pode melhorar a oxigenação e evitar o acúmulo de gases nocivos.

Manejo de Sedimentos e Vegetação ao Longo dos Swales

Os swales acumulam naturalmente matéria orgânica e sedimentos ao longo do tempo, o que pode reduzir sua capacidade de infiltração se não forem manejados corretamente. Para garantir seu funcionamento contínuo, recomenda-se:

Remover sedimentos periodicamente: Uma camada excessiva de sedimentos pode impedir a infiltração da água. A cada ano ou dois, pode ser necessário remover parte desse material e redistribuí-lo em áreas agrícolas ou de reflorestamento.

Manutenção da vegetação: A cobertura vegetal ao longo dos swales deve ser mantida para evitar erosão. Caso algumas áreas fiquem descobertas, pode-se replantar capins, leguminosas ou outras espécies fixadoras de solo.

Poda seletiva de plantas: Árvores e arbustos plantados ao longo dos swales podem precisar de podas ocasionais para evitar sombreamento excessivo ou competição por água.

Estratégias para Evitar o Assoreamento das Lagoas

O assoreamento ocorre quando sedimentos são carreados para dentro da lagoa, reduzindo sua profundidade e capacidade de armazenamento de água. Algumas estratégias para evitar esse problema incluem:

Criar pequenas barreiras naturais antes da lagoa: Swales ou bacias de sedimentação podem ser construídos a montante da lagoa para capturar sedimentos antes que cheguem à água principal.

Plantar vegetação de contenção: Árvores, gramíneas e arbustos ao redor da lagoa ajudam a estabilizar o solo e reduzem o carreamento de partículas.

Evitar atividades que exponham o solo: A construção de estradas, áreas de cultivo ou movimentação de terra nas proximidades da lagoa deve ser planejada com cuidado para evitar erosão e deposição de sedimentos na água.

Drenagem adequada: Sistemas de drenagem bem planejados evitam que enxurradas levem grandes volumes de solo para dentro da lagoa.

Adaptação do Design às Mudanças Climáticas e Períodos de Seca

Com as mudanças climáticas, períodos de seca e chuvas intensas podem se tornar mais frequentes e imprevisíveis. Para aumentar a resiliência dos sistemas de retenção de água, algumas adaptações podem ser feitas:

Aprofundamento estratégico da lagoa: Em regiões sujeitas a longos períodos de seca, aumentar a profundidade da lagoa pode ajudar a manter a água armazenada por mais tempo.

Construção de swales adicionais: Em áreas onde as chuvas se tornaram mais irregulares, aumentar a quantidade de swales pode garantir uma melhor captação e distribuição da água.

Uso de cobertura morta (mulching): A cobertura vegetal do solo ao redor de lagoas e swales reduz a evaporação da água e ajuda a manter a umidade por mais tempo.

Variedade de espécies adaptadas ao clima: O plantio de árvores e plantas mais resistentes à seca pode ser uma estratégia eficiente para garantir a sustentabilidade do sistema em longo prazo.

Exemplos e Casos de Sucesso

A implementação de lagoas e swales tem transformado paisagens ao redor do mundo, ajudando agricultores, comunidades e projetos de regeneração a restaurar ecossistemas, melhorar a retenção hídrica e aumentar a resiliência climática. A seguir, exploramos algumas experiências bem-sucedidas que demonstram o impacto positivo dessas técnicas.

Pequenos Agricultores que Melhoraram a Retenção de Água

Muitos pequenos produtores enfrentam desafios relacionados à escassez de água, erosão do solo e perda de produtividade devido à degradação ambiental. No entanto, diversas experiências mostram como a adoção de lagoas e swales pode reverter esse quadro:

Caso 1 – Agrofloresta com swales em uma pequena propriedade rural

Um agricultor no interior da Bahia, Brasil, começou a utilizar swales para captar e infiltrar a água da chuva em sua propriedade de 2 hectares. Em poucos anos, percebeu uma redução na erosão do solo e uma maior retenção de umidade nas áreas cultivadas. Além disso, conseguiu expandir sua agrofloresta, garantindo produção contínua mesmo em períodos de seca prolongada.

Caso 2 – Lagoas para irrigação sustentável em uma fazenda familiar

Uma família de agricultores no interior de Portugal construiu pequenas lagoas interligadas por swales para armazenar água e irrigar sua plantação de hortaliças. Antes, dependiam exclusivamente da captação direta da chuva, mas, com a nova estrutura, conseguiram manter a produção ativa durante períodos de estiagem e reduziram significativamente o uso de água de fontes externas.

Projetos de Regeneração em Áreas Degradadas

A regeneração de ecossistemas degradados exige estratégias eficazes para restaurar o ciclo da água e recuperar a fertilidade do solo. Projetos ao redor do mundo demonstram como lagoas e swales têm sido fundamentais nesse processo.

Caso 3 – Fazenda Syntropic em Goiás, Brasil

Em uma área severamente degradada pelo desmatamento e pastoreio intensivo, um projeto de regeneração utilizou swales combinados com sistemas agroflorestais. Em apenas cinco anos, o solo, antes compactado e infértil, se tornou produtivo, permitindo o crescimento de árvores frutíferas e espécies nativas. A biodiversidade aumentou significativamente, atraindo insetos polinizadores e restaurando a fauna local.

Caso 4 – Regeneração de paisagens semiáridas na Austrália

Projetos de design permacultural, como os de Geoff Lawton, mostraram que é possível transformar áreas áridas em ecossistemas vibrantes. A construção de swales e lagoas estrategicamente posicionadas permitiu que a água da chuva fosse captada e armazenada, restaurando nascentes e tornando o solo fértil novamente. Em algumas áreas, a vegetação voltou a crescer, e os animais nativos retornaram naturalmente.

Experiências de Comunidades que Implementaram com Sucesso Lagoas e Swales

Além de benefícios individuais para agricultores e projetos de regeneração, o uso dessas técnicas tem se mostrado altamente eficaz em projetos comunitários, promovendo segurança hídrica e alimentar para muitas famílias.

Caso 5 – Comunidade no semiárido nordestino

No Brasil, um grupo de agricultores familiares no sertão nordestino implementou um sistema de swales e pequenas lagoas para captar a água das chuvas escassas. Com o novo sistema, conseguiram reduzir a erosão do solo e garantir um suprimento contínuo de água para consumo e irrigação. O projeto fortaleceu a segurança alimentar da comunidade e serviu de inspiração para outras regiões.

Caso 6 – Vila sustentável na Índia

Uma aldeia na Índia, anteriormente afetada por secas constantes, implementou um plano de gestão hídrica baseado em swales e lagoas comunitárias. Como resultado, os lençóis freáticos foram recarregados, permitindo que os poços voltassem a fornecer água potável. Além disso, a produção agrícola da vila aumentou significativamente, trazendo maior estabilidade econômica para os moradores.

Conclusão

A retenção de água na paisagem é uma estratégia essencial para restaurar ecossistemas, aumentar a resiliência hídrica e melhorar a fertilidade do solo. Neste artigo, exploramos como lagoas e swales podem ser implementados de maneira eficiente, promovendo benefícios ecológicos e produtivos.

Resumo dos Principais Pontos Discutidos

Ao longo do texto, abordamos:

A importância da retenção de água e como a permacultura e o design regenerativo podem transformar paisagens degradadas.

Os conceitos de lagoas e swales, explicando seu funcionamento e benefícios para o solo e a biodiversidade.

As etapas para planejamento e construção, desde a escolha do local até o plantio de vegetação para estabilização do solo.

Dicas de manutenção e sustentabilidade, garantindo que esses sistemas funcionem a longo prazo e se adaptem às mudanças climáticas.

Casos de sucesso reais, demonstrando como essas técnicas já beneficiaram pequenos agricultores, projetos de regeneração e comunidades inteiras.

Incentivo para os Leitores Aplicarem Essas Soluções

Seja em uma pequena propriedade, em um sítio ou até mesmo em áreas urbanas, todos podemos contribuir para um melhor aproveitamento da água na paisagem. Pequenos ajustes na maneira como captamos e distribuímos a água fazem uma grande diferença na regeneração do solo e no aumento da biodiversidade.

Se você tem um pedaço de terra ou deseja iniciar um projeto sustentável, considere aplicar algumas dessas técnicas. Mesmo pequenas intervenções, como a construção de um swale simples ou a introdução de plantas estratégicas ao redor de uma lagoa, já trazem resultados positivos ao longo do tempo.

Chamada para Interação

Queremos ouvir você! Você já aplicou alguma dessas técnicas ou tem interesse em implementá-las? Quais desafios enfrenta na gestão da água em sua propriedade?

Compartilhe suas experiências e dúvidas nos comentários. Vamos juntos trocar conhecimentos e construir um ambiente mais sustentável e regenerativo!

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